sábado, 9 de maio de 2009

A dor do meu peito (...)

Solidão que me invade, solidão que me acompanha. Tu que me deixas assim, diz-me lá o que se passa. Sozinha, risco o mau passado, esqueço o que de pior se passou e não consigo esquecer, o passado bom assusta-me. Porque é que é passado e não passa disso? E o presente também não é vida? E o futuro também não é história? Onde está a força para lutar, a força para a conquista? Não me negues mais o que sempre me deste. Tu, tu sempre me deste alegria, força. Tu, tu fizeste sempre com que eu fosse feliz e agora me deixas assim... Partiste sem razão, sem sentido, sem destino. Eu sei, eu sei que também andas perdida. Vida, volta e não me deixes. Faz-me feliz, faz-me acreditar que tudo é possivel. Onde estás tu? Traz contigo o passado, o passado mais recente e bom que eu tive. Não me deixes assim desamparada. É essa saudade que não deixa amadorecer, traz as lágrimas mais salgadas, o refugio mais escuro, a mutilição mais feroz. É essa saudade que não deixa esconder, momentos de alegria, momentos de tristeza, traz a solidão mais sozinha. É essa saudade que ninguém reconhece, que se penetra e não desaparece. É essa saudade que habita dentro de mim, é essa saudade que não me deixa viver e me mata. O escuro, como o abismo, é o único que me sorri e me deixa entrar e se entrenha na minha alma. Podia pedir para me deixarem, mas é escusado porque ninguém me ouve. Podia pedir para me abraçarem, é escusado ninguém me acolhe. E é assim construída a dor do meu peito, o sufoco acusado pelas lágrimas e sangue dos meus olhos e corpo.